Degustação - A Princesa de Cuxe (Prólogo)

Olá, querido leitor.
Se você caiu aqui de paraquedas, aproveite a leitura, e espero que goste.
Se você veio aqui por um anúncio meu, então aproveite para degustar.

Trata-se do prólogo e do primeiro capítulo de meu mais novo livro (julho/2016), "A Princesa de Cuxe". Conta a história de Iana Urbi, filha dos reis da Núbia, que viaja para a capital do Egito no ano 23 do Faraó Ramsés II como uma tradição familiar. Lá, muitas coisas irão acontecer, como conspirações, traições, e um belo hebreu que vem para libertar seu povo do Egito e acaba também arrebatando o coração da princesa.

Ao final do prólogo, você terá um link para o Primeiro Capítulo da história, apenas como degustação.
Tenha uma boa leitura!

***

A Princesa de Cuxe
Prólogo




Kerma, Núbia - Reino de Cuxe
Ano 11 do Rei Zaki I
Ano 8 do Senhor das Duas Terras
O Soberano Ramsés II


As águas do Nilo fluíam naquele período final de vazante, início da primavera. A terceira cachoeira musicava os primeiros raios de Khepri, o renascimento de Rá, e os campos de cevada estavam prontos para iniciar a colheita. No palácio real de Kerma, às margens do rio sagrado, um cortejo acabava de chegar.

Sacerdotisas do templo de Anuket, protetora da Alta Núbia, chegaram, trajando peles de leopardo, carregando um andor contendo diversas oferendas de trigo, cevada e sorgo, primícias da colheita do ano 11 do valoroso Rei Zaki I e do ano 8 do Soberano das Duas Terras Ramsés II.

Toda essa comoção tinha um motivo especial. Nos jardins do palácio, entre palmeiras e na piscina com águas sagradas, estava Zarina, a rainha, completando-se-lhe os dias de sua gestação, onde mais um valoroso filho de Zaki I nasceria.

Cantos, danças, palmas, festa. Assim estava o palácio quando a notícia foi dada ao rei. Nascera-lhe uma menina. Sem esperar, correu para o jardim, onde estava a rainha, saindo da água amparada por parteiras sacerdotisas de Heqet, a deusa-rã da fertilidade, do renascimento e protetora dos partos. Sua pele escura brilhava à luz do amanhecer, e o bebê jazia em seus braços.

- Minha bela flor! - disse o rei ao se aproximar da esposa. - Venturoso sou por mais este presente que tu me trazes!

- Isis nos trouxe este presente, querido, e a grande Heqet protegeu-me no parto, trazendo fertilidade e felicidade à nossa família, dando o sopro de vida à nossa filha - disse Zarina, com seu sorriso amplo de dentes brancos como marfim.

Zaki beijou o topo da cabeça da recém-chegada, que chorava a plenos pulmões.

- Já escolheu o nome? - perguntou ele.

Zarina, sem parar de sorrir, respondeu-lhe:

- Sim. Chamar-se-á Iana Urbi.

- Graciosa Flor dos Reis - disse Zaki, aprovando. - Um belo nome para uma bela criança. Que ela seja louvada na Baixa e na Alta Núbia, e que em todo o Reino de Cuxe o seu nome seja lembrado!

As mulheres acenderam incensos Kyphi e, deixando as oferendas diante de imagens de Anuket, Heqet e Isis dentro do palácio de Zaki, iniciaram uma festa que durou sete dias, em que o rei e a rainha receberam nobres cuxitas e egípcios, e um representante do Faraó Ramsés II, com um carregamento de pérolas, vasos de cerâmica pintados e folhas de papiro como presente para a pequena princesa de Cuxe.



Ir ao Capítulo 1

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